Pessoa emprendedora, sei bem que criar uma empresa de sucesso no Brasil nunca foi fácil. Com desafios constantes, como a alta competitividade e custos, muitos empreendedores acreditam que modelos de trabalho exaustivos, como a escala 6×1, são a única opção para garantir crescimento. Juntando a isso a ideia desesperadora de ter que vender mais e vender rápido e o desejo de acumulação. Esse modelo, embora popular em cadeias industriais e de serviços, não só compromete a saúde física e mental dos colaboradores, como também não garante um desempenho sustentável.
Ao contrário do senso comum, explorar sua equipe com jornadas desgastantes não é necessário para criar uma presença digital forte e uma marca impactante. Logo, investir em estratégias mais humanas e organizadas é o que traz resultados reais e consistentes — para seus funcionários e sua empresa.

Por que a escala 6×1 prejudica a sua empresa?
A escala 6×1, que exige seis dias consecutivos de trabalho com apenas um dia de folga, é amplamente aplicada no Brasil. Apesar de ser vista como eficiente, este modelo revela impactos negativos que vão muito além dos números.
Efeitos na saúde do trabalhador
De acordo com o modelo Demanda-Controle de Karasek, níveis elevados de exigência combinados com baixa autonomia no trabalho agravam problemas de saúde como insônia, ansiedade e até doenças cardiovasculares (KARASEK, 1979). Não por acaso, pesquisas mostram que trabalhadores submetidos à escala 6×1 apresentam taxas 40% maiores de LER (Lesões por Esforço Repetitivo) em comparação a regimes mais equilibrados (CIRNE et al., 2000).
Além disso, a falta de descanso adequado prejudica a concentração, aumenta os erros operacionais e eleva os custos de saúde do empregador.
“A rigidez dessa escala impede a recuperação mental e física, gerando quadros de fadiga crônica que reduzem drasticamente a produtividade” (MIRANDA, 2025, p. 13).

Impactos na produtividade e no lucro
Outra falha crucial da escala 6×1 é ignorar a relação entre produtividade e descanso. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que jornadas acima de 50 horas por semana não aumentam, mas estagnam a produtividade, enquanto ampliam os riscos de problemas de saúde (OIT, 2022). Empresas que insistem neste modelo acabam sofrendo com:
- Alta rotatividade de funcionários devido à exaustão;
- Custos indiretos relacionados a afastamentos médicos;
- Desmotivação no time, que afeta a qualidade e os resultados da operação.

Soluções para adotar uma gestão mais estratégica
Superar o modelo da escala 6×1 exige uma mudança de cultura nas organizações. Por isso, identifique formas de equilibrar as necessidades produtivas com o bem-estar do seu time e promova uma estratégia eficiente, sustentável e ética.
Reorganize as escalas de trabalho
Substituir a escala 6×1 por modelos mais flexíveis, como a escala 6×2, ou até a 4×3, é um primeiro passo importante para reduzir a exaustão no seu time. Isso porque essa mudança oferece ao colaborador tempo suficiente para descanso e renovação, impactando positivamente no desempenho. Um trabalhador descansado erra menos, rende mais e consegue entregar resultados consistentes.
Pequenas mudanças, como revezamento de turnos ou ampliação dos dias de descanso, proporcionam mais tempo de recuperação para a equipe, resultando em maior produtividade, menos erros e um ambiente de trabalho motivador. Além disso, esse tipo de estratégia possibilita a contratação de mais pessoas, distribuindo responsabilidades de maneira mais humana e equilibrada.
E antes que você diga “Ah, mas eu não consigo pagar por mais funcionários pra isso”, vamos ser sinceros: será mesmo uma questão de orçamento ou de má gestão? Porque rotatividade constante, afastamentos por problemas de saúde e falhas operacionais causadas por esgotamento custam mais caro do que contratar e organizar turnos de forma adequada. Além disso, investir no bem-estar da sua equipe evita crises e melhora os resultados a longo prazo.

Por isso, ao invés de encurtar times e apertar escalas, olhe para o médio e longo prazo: um time equilibrado custa menos e entrega mais do que um grupo desgastado, por mais que no momento atual você pense o contrário. É pura matemática.
Delegue o digital a especialistas
Enquanto reorganiza sua gestão interna, deixe as estratégias digitais com especialistas. Isso porque uma presença digital sólida exige planejamento e execução cuidadosos — algo que nem sempre pode ser feito de forma improvisada pela equipe interna. Aqui entra o meu trabalho: como Web Arquiteto, ajudo sua empresa a desenvolver uma presença digital baseada em propósito e impacto, sem sobrecarregar seus funcionários.
Para saber mais sobre como trabalho, acesse os meus serviços de web design e branding.

Alinhe valores e comunicação
Empresas que demonstram cuidado com seus colaboradores conseguem transmitir esses valores diretamente aos seus clientx’es. Assim, esse alinhamento gera confiança, fidelidade e destaca sua marca no mercado. Assim como Weber (2004) apontava, empreendimentos que reforçam a ética nas suas práticas cotidianas criam uma imagem de autenticidade que conecta consumidores e colaboradores.
Ética e crescimento andam juntos
Empresas que investem no bem-estar de seus funcionários conseguem criar uma cultura organizacional sólida, atrair clientes engajados e sustentar o crescimento no longo prazo. Logo, o fim da escala 6×1 é um movimento possível e coerente para quem deseja construir uma marca relevante no mercado.
Além disso, quando priorizamos pessoas, o impacto é direto nos resultados financeiros. Isso porque trabalhadores saudáveis e motivados são mais criativos, produtivos e comprometidos com os objetivos coletivos da empresa.
Estudos e impactos no Brasil
Segundo o IBGE (2022), 65% das mulheres formais no mercado de trabalho acumulam jornadas superiores a 40 horas semanais, somadas a mais de 11 horas diárias de afazeres domésticos. Esse grupo sofre, em especial, os impactos de modelos exaustivos como o da escala 6×1 (PNADc, 2022). A Fundacentro (2025) ainda destaca que mudanças nessa jornada criam oportunidades para ampliar empregos e reduzir desigualdades nas organizações. Nesse sentido:
“Reduzir jornadas não é reduzir produtividade. Jornadas inteligentes geram inovação, engajamento e melhores resultados” (FUNDACENTRO, 2025).
Então, que tal começar agora?

Encerrando o expediente
Em suma, a escala 6×1 é uma prática que precisa ser superada. Logo, empreender de forma eficiente e sustentável significa respeitar os limites e as necessidades de quem constrói diariamente a sua empresa. Isso porque é possível ajustar processos, equilibrar as demandas da equipe e ainda ter resultados expressivos no seu negócio.
Se você deseja criar uma presença digital sólida e alinhada com seus valores, entre em contato comigo. Vamos construir estratégias que conectem propósito, resultado e, principalmente, respeito e dignidade às pessoas.
Dicas de leitura acadêmica
Para quem quiser se aprofundar mais sobre o tema, deixo aqui minha contribuição:
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 9. ed. São Paulo: Boitempo, 2009.
ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2018.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD contínua 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2022. Disponível em: www.ibge.gov.br . Acesso em: 26 out. 2025.
CIRNE, A. L. T. et al. Riscos ergonômicos e saúde do trabalhador de supermercados: considerações sobre a escala 6×1. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 1195-1203, 2000.
DAL ROSSO, Sadi. Mais trabalho!: a intensificação do labor na sociedade contemporânea. São Paulo: Boitempo, 2017.
DURKHEIM, Émile. A divisão do trabalho social. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
FUNDACENTRO. Fim da escala 6×1 e redução da jornada não podem gerar trabalho intensificado. São Paulo: Fundacentro, 2025. Disponível em: www.gov.br . Acesso em: 26 out. 2025.
KARASEK, Robert A. Job demands, job decision latitude, and mental strain: Implications for job redesign. Administrative Science Quarterly, v. 24, p. 285-308, 1979.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro I. São Paulo: Boitempo, 2017.
MIRANDA, Paula G. Aspectos psicossociais da jornada 6×1 na administração industrial. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 50, n. 4, p. 1-14, 2025.
TEIXEIRA, Marilane O. Flexibilização do tempo de trabalho: impactos e desafios no Brasil contemporâneo. Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, Brasília, v. 13, n. 2, p. 117-133, 2019.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.





